segunda-feira, 30 de julho de 2012

Qual a diferença entre o idiota e o político?

Uma lição, ouvida do mestre Mário Sérgio Cortella, ensina que na Grécia antiga o cidadão individualista e pouco voltado aos interesses da coletividade era chamado de 'idhiótis', o que deu origem à palavra idiota.
Em contrapartida, o cidadão participativo na vida comunitária e engajado naquilo que era de interesse público era chamado de 'politikós'.

Portanto, a política é a ciência e arte da participação e vivência dos cidadãos na vida pública de sua comunidade.

Curioso que no Brasil a política está cheia de idiotas, uma inversão histórica bizarra.


Mas, é fundamental que assimilemos que fazer política é uma obrigação do cidadão consciente. Aristóteles entendia que ser político é próprio da natureza do homem.

Assim, a ação política em sentido amplo reflete a natureza de um cidadão responsável.

Leia mais em:
Politikós - Unidade e Conflito na Atenas do V séc. a.C., por Valéria Reis, Profa. Ms. de História Antiga pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
http://www.heladeweb.net/N2%202002/valeria_reis2.htm

Definição de Política na Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Política

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Pequeno Tratado das Grandes Virtudes

Escrever sobre ética e moral não é lá muito fácil. Que dirá tornar best-seller um livro com esta temática? Pois bem, o filósofo francês André Comte-Sponville conseguiu essa façanha. O seu Pequeno Tratado das Grandes Virtudes (Ed. Martins Fontes, 2009, 400p) vendeu feito água. Parte do sucesso se deve ao fato de que Sponville torna acessíveis discussões e inquietações filosóficas. Aqui cabe o melhor significado para 'vulgarizar', ou seja, divulga, esclarece, informa. Tudo na maior classe, sem banalidades ou esnobismos.

O autor esclarece que foram escolhidas 18 virtudes, que vão da polidez ao amor.
É uma leitura que tem me subsidiado muito na disciplina de Deontologia para estudantes de medicina veterinária.

Em geral, começamos o semestre atribuindo uma 'virtude' para cada dupla de alunos estudarem e apresentarem uma síntese para os demais. Sucesso garantido.

Este precioso livro sintetiza muitos elementos discutidos na filosofia e proporciona reflexões sobre a condição humana.
No prefácio, Sponville nos indaga:
"Ora, que livro é mais urgente, para cada um de nós, do que um tratado de moral? E o que é mais digno de interesse, na moral, do que as virtudes?"
Certíssimo. Vamos com ele.

O exemplo da prática das virtudes

Um casal encontra 20 mil reais e devolvem tudo à polícia.
Morando embaixo de um viaduto, o casal não hesitou em devolver o dinheiro.
Ao ser entrevistado, o morador de rua afirma que prevaleceu o que a mãe o ensinou:
- "Nunca roubar o que é dos outros".
Singelo e edificante.